O Dia Nacional do Orgulho Lésbico foi criado em memória à uma importante manifestação de mulheres lésbicas ocorrida no Brasil em 1983.
A data de 19 de agosto ficou conhecida como o "Stonewall brasileiro” e ativistas do Grupo Ação Lésbica Feminista (Galf) ocuparam o Ferro's Bar, na cidade de São Paulo, local onde o grupo costumava frequentar, mas de onde foram expulsas pelo prorietário. O motivo da expulsão foi a distribuição de um boletim ativista das frequentadoras.
O preconceito sentido por essas mulheres trouxe visibilidade para a causa e até os dias atuais continua sendo pauta de muitas discussões importantes. A “invisibilidade lésbica” é ainda frequente. A discriminação sofrida é vista de diversas formas, desde a falta de reconhecimento das relações afetivas entre mulheres, passando pela hipersexualização dos corpos lésbicos e a negligência na área de saúde, entre outras violências.
O Brasil não possui dados precisos sobre a violência específica sofrida pelas mulheres lésbicas, o que pode dificultar ações para a quebra de paradigmas e preconceitos.
Contudo, já podemos encontrar alguns estudos acadêmicos que abordam o assunto e que podem ser utilizados para o planejamento de ações efetivas, por exemplo, o Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, primeiro relatório nacional sobre o tema, escrito por pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e lançado em 2018, apontou que 49 mulheres foram vítimas desse tipo de violência no país. De acordo com as pesquisadoras Milena Peres, Suane Soares e Maria Dias, a lesbofobia existe como parte integrante do patriarcado.
A importância da data existe porque precisa haver respeito de todas as pessoas.
E para complementar as manifestações sobre a data do Orgulho Lésbico, temos ainda em 29 de agosto, o dia da Visibilidade Lésbica, que vem para mostrar o quanto essas mulheres ainda estão invisíveis para a sociedade. Quando falamos no movimento LGBTQIA+, as mulheres lésbicas nunca tiveram um protagonismo de fato, apesar de estarem historicamente ativas.
Independentemente da orientação sexual, todas as pessoas merecem ser respeitadas.
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