25 de Outubro – Dia Nacional de Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo
Publicado em: 25/10/2022
Por Sérgio Campos
No dia 25 de outubro comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Preconceito às Pessoas com nanismo. O nanismo é caracterizado pela estatura abaixo da média de pessoas da mesma idade e mesmo sexo. É reconhecido como deficiência física no Brasil desde 2004 e, em 2017 foi instituída a data de conscientização. A data é também comemorada em outros países e homenageia o ator e ativista norte-americano Billy Barty (1924 -2000), que possuía a deficiência e foi criador de uma associação que, na década de 1950, lutava pelos direitos das pessoas com nanismo.
As pessoas com nanismo estão entre as que mais sofrem preconceito entre as pessoas com deficiência, pois são consideradas invisíveis pela sociedade. A afirmação é de Kenia Maria de Souza Rio, uma liderança do movimento das pessoas com nanismo no Brasil, advogada e presidente da Associação de Nanismo do Rio de Janeiro (Anerj). “Precisamos sim de acessibilidade, pois ainda é o maior obstáculo enfrentado pelas pessoas com nanismo, mas o que mais nos silencia é o Capacitismo, pois o preconceito ainda é muito grande.” Kenia Rio afirma que as pessoas com nanismo enfrentam ainda discriminação e até escárnio por parte de pessoas que apontam nas ruas, riem, fazem piadas e consideram anomalias.
“Nós temos um ator que foi premiado e que eu aplaudo até hoje, que é o Giovani Venturini, ele fez o curta Big Bang, e temos também pessoas que trabalham em circo. Há o mito do anão conectado com o circo, e não é tudo a mesma coisa no sentido de ser extravagante. Eu conheço pessoas que trabalham em circo e que são grandes atores de circo. Kenia cita o caso de Alan Silva, que é um acrobata premiado e que trabalha em um dos maiores e mais famosos circos do mundo, o Cirque de Soleil.
Alan Silva
Outro caso de sucesso de pessoas com nanismo na Cultura também é o Circo Pindorama dos Sete Anões, criado em 1988. O circo já foi tema de filme (“A verdadeira história dos sete anões”) e, nesse 25 de outubro, Kenia Maria nos deixa uma mensagem sobre a data e sua importância “Que a sociedade entenda que nós somos pessoas, que nós não estamos aqui para sermos ridicularizados, que nós devemos ser respeitados, que as pessoas conheçam mais sobre essa deficiência. São 460 tipos e, antes de mais nada somos seres humanos, que nós devemos ser chamados pelo nome, e não por apelidos desrespeitosos. O respeito deve prevalecer. A sociedade deve entender que ela deve se adaptar para a gente, que o ambientes devem ser adaptado para a gente, porque a gente faz parte dessa sociedade. Os médicos tem entender que eles tem que saber mais.”
Nós temos um problema sério, muitas mulheres, quando estão grávidas de uma criança com nanismo e elas desconhecem totalmente sobre isso, sobre a deficiência a informação que o médico dá é ‘seu filho vai nascer anão’ ‘anão de circo’. Médicos formados, estudados, experientes vêm fazendo isso, então isso pra gente é um massacre. Porque imagina a pessoa já nos últimos meses, porque a questão do nanismo ela só apresenta no sexto para o oitavo mês [e então] é confirmado sobre a deficiência. Então imagina a pessoa no final da gravidez cheia de expectativa, porque você espera que seu filho vai nascer com saúde e tudo, ai vem com essa notícia, dessa forma que as pessoas trazem.”
Eu quero muito que as faculdades falem também sobre isso, falem não só sobre o nanismo como as 200 doenças raras que nós temos milhões [de pessoas] a cada dia que passa aprece uma síndrome rara. Então assim, a informação para a gente é tudo.
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