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Dia de todas as mães?


Em um fundo colorido em tons de verde-água e laranja. No topo da imagem em rosa “ 09 de maio, dia das mães”. No centro da imagem, ilustração de 4 mulheres. Uma mulher negra que tem cabelo black e utiliza blusa rosa. Uma mulher indígena, que está grávida, com o corpo pintado, com cabelo soltos abaixo do ombro. Duas mulheres abraçadas uma com o cabelo rosa e a outra com cabelos loiros, ambas seguram um bebê.  Na parte inferior direita, logo do Instituto Modo  Parités.
#descriçãodaimagem: Em um fundo colorido em tons de verde-água e laranja. No topo da imagem em rosa “ 09 de maio, dia das mães”. No centro da imagem, ilustração de 4 mulheres. Uma mulher negra que tem cabelo black e utiliza blusa rosa. Uma mulher indígena, que está grávida, com o corpo pintado, com cabelo soltos abaixo do ombro. Duas mulheres abraçadas uma com o cabelo rosa e a outra com cabelos loiros, ambas seguram um bebê. Na parte inferior direita, logo do Instituto Modo Parités.

Por Gabriele Felix


Todos os dias, 270 mil bebês nascem no mundo e, portanto, 270 mil mulheres tornam-se mãe no mundo. Mãe, essa palavra tão pequena, passa a ter grande significado, impossível definir em uma só palavra. Uma ligação profunda, que não se baseia no sangue que corre nas veias, mas sim nos sentimentos, na afeição que cresce e se desenvolve dentro dos nossos corações. Por outro lado, viver a maternidade também pode ser uma das experiências mais transformadoras e ricas para as mães.


Porém, mesmo sendo óbvia sua grande importância para a vida, muitas mães pagam altos preços decorrentes, justamente, da própria experiência da maternidade. Desde que as mulheres decidiram conquistar sua autonomia e realização profissional, há algumas décadas, elas foram desamparadas por governos e sociedade, que criaram poucas políticas públicas, estrutura de saúde e suporte para as crianças.


Soma-se a isso o fato de que quase 50% das famílias brasileiras são chefiadas por mães solo, e que, mesmo quando têm um companheiro, culturalmente a função de cuidar da casa e dos filhos é imputada às mulheres, sobrecarregando-as a ponto de trabalharem 30% a mais que os homens. Sejam elas executivas – a minoria nas grandes organizações – ou sejam elas a maioria das mães que se encontram em situações de maior vulnerabilidade por falta de acesso a renda e ao emprego, ou por violência e discriminação, por serem negras, indígenas, mulheres com deficiência ou, simplesmente, mulheres.


Nesta reportagem foram levantados alguns aspectos que afetam as mães, e que podem ser objeto de ações afirmativas para organizações e políticas públicas.


Mortalidade materna

Aproximadamente 830 mulheres morrem, também diariamente, por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto no mundo. Uma parte representativa desses números mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres. Jovens e adolescentes enfrentam um maior risco de complicações e morte como resultado da gravidez e cerca de 75% das mortes são decorrentes de hipertensão, hemorragias graves (principalmente após o parto), infecções (normalmente depois do parto), complicações no parto, cesárias desnecessárias e os abortos inseguros.


Licença maternidade – direito e discriminação

A licença maternidade é um direito garantido pela Constituição de 1988 a todas as mães. Resumidamente, é o período de 120 dias (com possibilidade de prorrogar por 60 dias mais) em que fica afastada do trabalho toda mulher que está prestes a ter um filho, acabou de ganhar um bebê ou adotou uma criança. Além da licença-maternidade de 120 dias, as mães que trabalham e que amamentam nos primeiros seis meses de vida do bebê têm direito, por Lei, a duas pausas, de meia hora cada uma para amamentar. A regra vale para mães biológicas ou adotantes de crianças até seis meses de idade, e para casais de lésbicas em que ambas as mães amamentam.

Porém, junto com o direito, é comum o relato de mulheres que não foram contratadas, promovidas, transferidas para uma posição melhor ou não tiveram acesso a programas de aceleração de carreira e de desenvolvimento por estarem em “idade reprodutiva”. Além disso, segundo trabalho divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, há aumento imediato no desemprego das mães ao fim da licença-maternidade e metade das trabalhadoras mães saem do mercado de trabalho em até 24 meses após retornarem da licença, normalmente por iniciativa do empregador.


Processos de adoção e a pandemia – boa notícia

Para encerrar esta reportagem, uma boa notícia! Mesmo com todas as dificuldades, a experiência da maternidade é, na maioria das vezes, bem-vinda e desejada. Uma boa decisão veio a partir da pandemia da Covid-19, quando diversos setores tiveram o seu funcionamento atingido, inclusive a Justiça brasileira. Com um impacto de atrasos no trâmite processual das adoções, em São Paulo, na tentativa de evitar a permanência em casas de acolhimento – e por consequência aglomerações –, crianças e adolescentes que já estavam em processo avançado de adoção puderam passar a quarentena na casa dos pretendentes à adoção, para evitar o elevado risco de contágio devido ao “confinamento” nas instituições e a rotatividade de profissionais que prestam atendimento.


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