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Ivone Santana, fundadora do Instituto Modo Parités, é entrevistada pelo Valor Econômico (Globo)

Agradecemos ao repórter Ítalo Bertão Filho, Valor Econômico (Globo), que trouxe a visibilidade para a inclusão de pessoas com deficiência como parte integrante das práticas de ESG. Ele entrevistou Ivone Santana, fundadora do Instituto Modo Parités e secretária executiva da REIS, Djalma Scartezini, membro do Grupo Diretor da Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS) pela EY, e Lilian Rauld, membro do Grupo Diretor da REIS pela Sodexo, empresa destaque também na Pesquisa de Diversidade e Inclusão Ethos-Época Negócios.


prints da reportagem do jornal valor econômico, com imagens de Ivone Santana, uma mulher branca, de cabelos curtos, lisos e ruivos, usa óculos de grau de armação preta; Lilian Rauld, uma mulher branca, de cabelos lisos, loiros, na altura dos ombros, veste um blazer rosa; e Djalma Scartezini, um homem branco, de cabelos curtos e castanhos, ele sorri e veste um blazer azul marinho.

Inclusão de PcDs avança, mas ainda desafia empresas


Pouco mais da metade das vagas destinadas aos profissionais são preenchidas pela iniciativa privada no Brasil

Por Italo Bertão Filho, Prática ESG — Rio

A inserção de pessoas com deficiência (PcD) na iniciativa privada no Brasil cresceu nos últimos anos, mas ainda desafia empresas e organizações que trabalham o tema. Entre 2009 e 2018, o número de PcDs em postos de trabalho cresceu 69%, saltando de 288,5 mil para 486,7 mil. O problema é que nem sempre as vagas oferecidas acabam sendo ocupadas. Na verdade, pouco mais da metade das vagas destinadas às pessoas com deficiência é preenchida nas empresas.

A Lei de Cotas para PCDs existe desde 1991, mas passou a ser efetivamente cumprida nos anos 2000, quando passou a constar nas fiscalizações do Ministério do Trabalho. A legislação fixa a quantidade de profissionais com deficiência que as empresas devem empregar levando em conta o porte da organização. Companhias com mais de 1 mil funcionários devem destinar 5% de suas vagas às PCDs, por exemplo. Portanto, se uma empresa tiver 5 mil funcionários, terá de destinar 250 vagas para pessoas com deficiência. Os setores da economia que mais preenchem vagas para PCD são artes, cultura, esporte e recreação (70,7%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (67,4%) e educação (66,4%), de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

“Costumo dizer que estamos no futuro e na idade medieval ao mesmo tempo. Temos empresas trabalhando o metaverso, braços mecânicos com impressão 3D, reabilitação por meio de óculos de realidade virtual, muitos avanços, mas também temos um cenário de medo, preconceito, exclusão que fecha as portas nas organizações”, analisa Ivone Santana, secretária-executiva da Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS), organização que defende a inclusão de pessoas com deficiência, que completa dez anos neste mês.

Para alavancar a entrada de PCDs, a REIS criou ao longo dos anos manuais e guias de inclusão, além de um pacto com chancela da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e que hoje é o único no Brasil voltado à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Companhias que assinam o documento devem promover um ambiente de trabalho que inclua PCDs, comunicando as ações para todo o seu organograma. Hoje são 43 signatários. Recentemente, empresas como Bayer e Pague Menos aderiram a esse pacto. A REIS também conta 100 parceiros e em seu grupo diretor, estão empresas como Natura, Microsoft, Carrefour e 3M, somando 14 companhias no total. “O saldo é positivo, mas precisamos avançar muito mais para desmitificar e combater o preconceito às pessoas com deficiência”, pontua Santana. Executivo com passagens por empresas como Walmart e Vivo, Djalma Scartezini, que é membro do grupo diretor da REIS e possui deficiência física, observa a necessidade de as empresas irem além quando se trata de inclusão. “Por experiência própria, percebo que já evoluímos, mas ainda temos muito a fazer. Estamos muito longe do ideal. A REIS tem feito um importante trabalho junto às empresas em termos de informação e capacitação”, afirma.

Uma das empresas que participa da rede é a Sodexo On-Site, ramo da Sodexo com foco em restaurantes corporativos, que possui 2,3 mil funcionários com deficiência dentro de um cenário de 45 mil empregados. Mais de 90% desses profissionais estão alocados em operações de mais 2 mil clientes. A Sodexo atende a clientes como Vale, FGV, Hospital A.C. Camargo, entre outros. “Fazemos uma parceria com o cliente. Conversamos com o cliente, pois é importante que ele esteja alinhado conosco, afinal, a pessoa é da Sodexo, mas está todos os dias no restaurante dentro do cliente”, afirma Lilian Rauld, gerente de diversidade, equidade e inclusão da Sodexo On-Site.

Antes que um profissional com deficiência chegue ao ambiente de trabalho, a Sodexo procura comunicar aos times sobre as características do profissional que está ingressando na empresa. A companhia também oferece capacitação aos gestores para que possam integrar os funcionários que vão ingressar na companhia como aulas de libras e outras atividades. Além disso, o time de inclusão e diversidade trabalha em conjunto com a área de recursos humanos durante a seleção para as vagas. “O cuidado não se restringe ao ingresso da pessoa na empresa. Fazemos pesquisas, entrevistas. Acompanhamos a inclusão da pessoa, se o time está acolhendo, se o gestor está cuidando”, diz Rauld. “O número de profissionais com deficiência que temos não serve de nada se a pessoa não estiver se sentindo incluída, se estiver sofrendo discriminação”, completa.


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